quinta-feira, 14 de agosto de 2008

13 anos depois

Engraçado! Nem parece que já se passaram 13 anos. O dia 11 chegou, foi embora e parece que ninguém notou. Ninguém chegou a notar o silêncio na casa de noite, o vazio no sofá da sala, aquele túmulo a mais no cemitério. Bem que disseram que a dor sumiria com o tempo. Só sobrou essa sensação estranha no estômago.

Não é raiva sabe... nem ódio... nem saudade desesperada. É mais um sentimento amargo que toma conta da gente devagar. Quando paramos para pensar como aquilo modificou nossas vidas. Mentira! Não foram as nossas vidas. Foi a minha vida.

Não é que eu não tenha gostado de crescer um pouco mais rápido. Até fiquei contente por ter recebido algumas responsabilidades e ter ajudado um pouco. Mas preferia ter tido um pouco menos de peso nos ombros.

Pra falar a verdade, não me importaria de trocar tudo isso, apenas que por alguns anos, por uma vida de rebelde sem causa. Poderia ter me importado menos, me interessado menos, me sentido menos obrigado a participar. Acho que teria sido legal ser reprovado no colégio, levado bomba na faculdade e errado mais no trabalho.

Poderia ter mandado o mundo à merda, os professores chatos ao caralho e aqueles mauricinhos do colégio ao inferno. Poderia ter dito pros vizinhos arrancarem os olhos de espiões, mandado meu chefe se fuder e obrigado meu tio chato a socar o dinheiro no cú.

Eu só precisava de você ali. Como quando eu era o garoto mais novo da rua.

“Jogue a pedra neles e corra pra casa. Aqui eu resolvo”.

Pedra eu não sei, mas teria enfiado um meteoro no mundo.

Um comentário:

Dona Laura disse...

Pô, queria ter tido alguém que disesse: Joga a pedra neles e corre pra casa, aqui eu resolvo!
Juro!
Mas o senhorito deus não dá asas a cobra, portanto, cá estou, metida a pai e mãe numa repetição de papéis.
Beijo pra vc! ;)