segunda-feira, 28 de abril de 2008

Preciso de tempo

Depois de muito pensar, refletir e não chegar a lugar nenhum, terminei aceitando o fato de que os danos que o mundo vem sofrendo nos últimos anos, terminaram por afetar a questão temporal da terra. É impressionante como nos últimos tempos, o espaço de tempo existente entre o acordar e o dormir foram reduzidos pela metade.

Antes dava tempo de levantar da cama, caminhar sonolento até o banheiro, trocar de roupa assistindo o Bom Dia Brasil e sair de casa, sem precisar correr. Quando eu chegava na Secretaria de Saúde, local em que estagiava no ano passado, ainda dava tempo de sentar e comer aquele velho suco com coxinha. Tudo isso ainda me rendia meia hora de descanso antes de chegar ao trabalho.

Quando largava da SES, almoçava a velha coxinha com suco (vê-se logo que eu não gosto de repetir as refeições) e chegava na faculdade, faltando dez minutos para a aula. Depois da facu, ia para a TV Universitária, jantava o velho cachorro quente com refrigerante, e chegava em casa umas nove da noite.

Hoje, eu acordo correndo, tomo banho correndo, visto as roupas correndo, e ainda chego atrasado meia hora no Sesc, sem parada para tomar café. De tarde, largo do Sesc, almoço correndo, corro para a aula e chego quarenta minutos depois que o professor começou a aula. Na segunda aula, que também é a última, saio meia hora mais cedo, corro para a Folha (estágio da noite) e consigo chegar lá mais atrasado do que toda a redação. Lá pelas dez horas, eu finalmente chego em casa. Não dá pra assistir nenhum programa, ler nenhum livro, nem assistir nenhum episódio de Naruto. Vou direto tomar banho, jantar e dormir.

A minha pergunta é: onde foi que ficaram aqueles minutos que eu usava para lanchar e descansar? Como não sou cientista, estudiosa de física, nem nada, vou procurar alguém que possa me explicar o que houve. Tenho trezentos trabalhos para entregar ainda este mês na faculdade e nem sei como vou conseguir fazê-los. Caso alguém conheça algum vendedor de tempo, estou disposto a comprar alguns minutos extras para o meu dia. Não precisa ser muita coisa, basta unas seis horinhas.

PS: Nem sonhem com um bom salário. Como sou estagiário, não dá nem pra sentir o cheiro das verdinhas.

Um comentário:

disse...

Se alguém vender tempo pra tu, compra um pouquinho pra mim também.

Bjo